O governo federal adiou o anúncio sobre o corte de gastos no orçamento da União. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com ministros e integrantes da área econômica, nesta sexta-feira (8/11), mas o encontro terminou sem a divulgação das medidas, que deve ficar para a semana que vem.
O Executivo vem sendo pressionado para divulgar o pacote fiscal desde a semana passada e, nos últimos dias, intensificou os debates. Ao longo da semana, foram ao menos três reuniões com o presidente e seus ministros para discutir o tema.
A reunião desta sexta durou cerca de três horas e contou com a presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin e os seguintes ministros: Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação), Luiz Marinho (Trabalho), Nísia Trindade (Saúde), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Ester Dweck (Gestão e Inovação) Paulo Pimenta (Comunicação Social) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).
Na última quarta-feira (6/11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que ainda havia detalhes a serem fechados com o presidente, mas que a expectativa era divulgar as medidas até o final da semana.
O titular da pasta também esperava debater o pacote com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). No entanto, o senador passou a sexta-feira fora de Brasília em decorrência da morte de seu pai, Helio Cota Pacheco.
A expectativa pelo anúncio do corte gerou ruídos no mercado e pressão por parte de aliados do governo. Na manhã desta sexta-feira (8/11), o dólar operava em alta, a R$ 5,76.
Paralelo a isso, a presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), voltou a fazer críticas ao Banco Central, que nesta semana aumentou a taxa básica de juros, e reclamou de medidas que afetem a previdência, saúde e educação.
“Sob o falso pretexto de combater a inflação, num sistema de metas que não funciona mais, aumentam a dívida pública (e os lucros do sistema) e exigem cortar o Orçamento, tomando dos trabalhadores, dos aposentados, da saúde e da educação do país. Não há lógica econômica nessa equação. Há ganância e concentração indecente da renda nacional”, criticou a dirigente do PT.
Metrópoles
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