O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (17/7) que vai enfrentar o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
“Vou enfrentar o julgamento, não tenho alternativa”, declarou ao deixar o gabinete do filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em tom mais pessimista do que o habitual.
A fala ocorre dias após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentar ao STF as alegações finais na Ação Penal que investiga o caso. No documento, de 517 páginas, Gonet pede a condenação de Bolsonaro por crimes como:
- Liderança de organização criminosa
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Golpe de Estado
- Dano qualificado por violência e grave ameaça
- Prejuízo ao patrimônio da União, incluindo bens tombados
Além de Bolsonaro, aliados e ex-integrantes do governo também são réus no processo.
A expectativa é que o julgamento ocorra entre agosto e setembro, após o prazo para alegações da defesa.
Durante a mesma entrevista, Bolsonaro também ironizou a restrição judicial que o impede de sair do Brasil. “Se o Lula me der meu passaporte, eu negocio com o Trump”, disse, em referência à proposta de taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo ex-presidente dos EUA.
A declaração ignora o fato de que a devolução do passaporte depende do STF, e não do presidente da República. O documento foi retido em 2023 por determinação da Corte no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe.
0 Comentários